'Efeitos da estiagem na agricultura do RS é catastrófico', diz economista da Farsul
Todo o grão perdido pela estiagem no Rio Grande do Sul seria possível abastecer centenas de caminhões Bi Trem que enfileirados poderiam ir de Porto Alegre até Belém do Pará e retornar até São Paulo
03/03/2022 18:33 por Grupo Chiru
Foto: Divulgação
Os reflexos da seca na economia do estado e as medidas necessárias para mitigar esses impactos foram discutidos na última semana na sede da Farsul. O encontro, que teve formato híbrido, contou com a participação do Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, parlamentares federais e estaduais, prefeitos, presidentes de sindicatos rurais e representantes de entidades representativas do setor.
Durante entrevista ao Grupo Chiru, o economista-Chefe do Farsul, Antônio da Luz, apresentou um levantamento feito pela Federação sobre o impacto da estiagem na economia gaúcha. "Este choque vai reverberando em toda economia. Dos 67 anos setores que a formam, 63 são afetados diretamente. A perda equivale a 4,31 vezes a capacidade de armazenamento da Fecoagro. No total, serão R$ 115,7 bi a menos, uma queda de 8% do PIB sendo", explicou.
Ele exemplificou que todo o grão perdido pela estiagem no Rio Grande do Sul seria possível abastecer centenas de caminhões Bi Trem que enfileirados poderiam ir de Porto Alegre até Belém do Pará e retornar até a Capital Paulista. “Este é o real tamanho dos efeitos da estiagem no sistema primário gaúcho, até o momento”, pontuou. Ele relatou ainda que este cenário poderá ser ainda pior. “Temos uma estimativa de queda de 8% do PIB do Rio Grande do Sul em 2022, porém com os efeitos da crise provocada pela perda na agricultura este número poderá ser ainda pior”, pontuou o economista.
Durante o encontro o Governador Eduardo Leite lamentou a situação. Ele reconheceu os esforços feitos pelo Mapa junto ao Ministério da Economia para reduzir as perdas dos produtores. "Isso que a gente quer, a sobrevivência para a próxima safra", garantiu. Leite, tocou em um ponto que vem sendo fortemente trabalhado pela Farsul que é a reservação de água nas propriedades por meios de um plano estruturado. "Ninguém quer crescer à custa da degradação ambiental. Mas não pode acontecer a negativa de reservação de água para a produção de alimentos", destacou.
Com Informações da Assessoria de Imprensa da Farsul
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