Eduardo de Quadros é um exemplo na produção de melancias em Rodeio Bonito
Produtores investem na diversificação nas pequenas propriedades rurais
30/01/2023 16:30 por Márcia Sarmento-Jornal O Alto Uruguai
Foto: Djavan Coinaski/Divulgação
A agricultura gaúcha tem passado por momentos difíceis nos últimos anos, devido, principalmente, aos efeitos da estiagem, que têm castigado o Rio Grande do Sul. No Médio Alto Uruguai não é diferente, e os agricultores familiares, maioria na região, ao longo do tempo investiram na diversão de culturas para driblar os prejuízos e manter a propriedade rentável durante o ano todo.
Filho de pequenos agricultores – Felisbino de Quadros (in memoriam) e Jurema Correia da Silva –, um desses exemplos é do rodeiense Eduardo Felipe de Quadros. O jovem decidiu estudar e aplicar seus conhecimentos na propriedade, localizada no interior de Rodeio Bonito. Eduardo é egresso do curso superior em Tecnologia em Agropecuária da URI/FW, cursou Administração e também Pós-Graduação em Agroecossistemas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Melancia como alternativa
– Trabalho fora e busco conciliar minhas atividades como agricultor. Há cinco anos, quando eu ainda estava na faculdade, iniciamos um projeto de diversificar a propriedade de meus pais, e tivemos a ideia de plantar melancia – explica o produtor.
Eduardo conta que foi uma experiência incrível e desafiadora, já que há limitações na produção dos frutos em solos mais argilosos, do que em terrenos mais arenosos. “Mas tivemos êxito na produção da melancia e, ano a ano, busquei plantar uma variedade híbrida, que se adaptou muito bem às características da propriedade”, acrescenta.
Hoje, a qualidade do produto já é conhecida pelos clientes que, quando chega a época da colheita, buscam adquirir as melancias, que são vendidas em Rodeio Bonito e arredores. “A comercialização é feita diretamente ao consumidor, por isso, desenvolvi um modelo de entregas dos pedidos na cidade”, detalha Eduardo.
Impactos da estiagem
Apesar das consequências da estiagem neste ano para a safra de 2022/2023, Eduardo diz que produzir alimentos é muito gratificante para ele. “Temos muitas dificuldades na agricultura, mas temos um grande potencial na região. Por isso, é muito importante diversificar a produção de alimentos nas propriedades para não ter dependência de uma só cultura. Trabalhar com o agro para mim é fundamental, pois contribuir com a agricultura não tem preço, produzir alimentos é muito gratificante. Sempre digo que não basta ser técnico, é preciso colocar amor e dedicação em tudo o que fazemos e, para mim, produzir melancias é produzir saúde”, finaliza.
Região
De acordo com a regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, que abrange 42 municípios, a região conta com 25 hectares plantados de melancias, em sete cidades, envolvendo 22 produtores. Para esta safra, a produtividade esperada é de 20 toneladas por hectare. Do total de hectares destinados ao plantio de melancias, 13 são irrigados e pertencem a 11 produtores.
– Está crescendo na região a área irrigada, por gotejamento, para o plantio de melancias, o que permite ao produtor enfrentar bem os efeitos da estiagem. A cultura tem ficado na mão de poucos agricultores que estão se qualificando, e estão se equipando para essa atividade. Já as áreas não irrigadas sofreram bastante, o que impactou na produtividade. Além da falta de chuvas, estão sendo atacadas por doenças fúngicas, encurtando o ciclo de produção – avalia o gerente-adjunto da regional da Emater/RS-Ascar de Frederico Westphalen, Cleomar De Bona.
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