Mulheres estão à frente do poder local em 17,5% dos municípios gaúchos
No total, contabilizando prefeitas e vice-prefeitas, 87 municípios contam atualmente com mulheres como representantes eleitas no comando dos executivos municipais.
09/03/2023 08:05 por Créditos: Janis Morais e Ellen Renner, Famurs
Houve um aumento do número de prefeitas, em exercício, que passou de 30 para 38 mulheres e de vice-prefeitas de 46 para 51.
A busca da equidade e da representatividade de gênero na política é condição para o desenvolvimento de uma comunidade, sendo a igualdade de gênero o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU. De acordo com o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam menos de 20% dos cargos eletivos. Em ranking mundial, o Brasil aparece na 142° colocação em participação de mulheres na política entre 192 países.
Em 2020, 677 mulheres foram eleitas prefeitas no país, o que representa um percentual de 12,2%. No RS, a representatividade é menor, são 38 prefeitas eleitas, chegando a um índice de apenas 7,6%. Se considerarmos, as prefeitas e vice-prefeitas - são 51 mulheres no cargo - chegamos a 87 municípios gaúchos que possuem pelo menos uma mulher eleita para liderar a gestão municipal, o que significa, em termos percentuais, 17,5% das cidades do RS. Os municípios de Muitos Capões e São Vendelino são exceções. Eles são administrados por mulheres nos dois cargos, prefeitas e vices. Se compararmos hoje, em relação ao pleito anterior de 2016, houve um aumento do número de prefeitas, em exercício, que passou de 30 para 38 mulheres e de vice-prefeitas de 46 para 51.
Novo Hamburgo é o segundo maior município comandado por uma mulher no RS. A prefeita Fátima Daudt administra políticas públicas para atender 247.303 habitantes. Ela relata que desde que entrou na política, em 2016, percebeu uma evolução lenta, porém constante, na participação feminina, com mais mulheres colocando seus nomes à disposição de suas comunidades para disputar eleições e buscar mudanças reais. Assim como nas prefeituras, cresce o número de mulheres que comandam secretarias e empresas públicas, sinal de que os tempos são outros. “Como prefeita, sei do meu papel de incentivadora e encorajadora de outras mulheres, seja pelas políticas públicas que implemento na minha cidade quanto pelo exemplo da minha conduta. Isso amplifica minha responsabilidade, mas também me motiva a trabalhar ainda mais”, afirmou.
Minas do Leão é o município que registrou o maior índice de aprovação entre candidatas mulheres no RS, tendo a prefeita Silvia Lasek conquistado 79% dos votos válidos. Para ela, que ostenta o título de primeira prefeita do município e de toda a região carbonífera, estar à frente de uma gestão pública como prefeita não é algo tão simples para a mulher, que precisa se preparar, profissionalizar e acreditar no seu potencial. “No meu município, em 31 anos de emancipação, tivemos apenas duas vereadoras. Isso demonstra um cenário de muita dificuldade em relação a nós mulheres que, infelizmente, estando em pleno século XXI, ainda precisamos um largo e longo caminho para superar a condição histórica e cultural que continua a nos imputar uma condição desigual, a nós mulheres de sermos do lar, cuidadoras, reprodutivas, e aos homens culturalmente de provedores. Aos poucos a gente vai adentrando nesse espaço que já foi única e exclusivamente masculino”, avaliou.
Municípios contam atualmente com mulheres como representantes eleitas no comando dos executivos municipais.
A busca da equidade e da representatividade de gênero na política é condição para o desenvolvimento de uma comunidade, sendo a igualdade de gênero o quinto Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU. De acordo com o IBGE, mais da metade da população brasileira (51,13%) é feminina, e elas representam, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 53% do eleitorado. No entanto, ocupam menos de 20% dos cargos eletivos. Em ranking mundial, o Brasil aparece na 142° colocação em participação de mulheres na política entre 192 países.
Em 2020, 677 mulheres foram eleitas prefeitas no país, o que representa um percentual de 12,2%. No RS, a representatividade é menor, são 38 prefeitas eleitas, chegando a um índice de apenas 7,6%. Se considerarmos, as prefeitas e vice-prefeitas - são 51 mulheres no cargo - chegamos a 87 municípios gaúchos que possuem pelo menos uma mulher eleita para liderar a gestão municipal, o que significa, em termos percentuais, 17,5% das cidades do RS. Os municípios de Muitos Capões e São Vendelino são exceções. Eles são administrados por mulheres nos dois cargos, prefeitas e vices. Se compararmos hoje, em relação ao pleito anterior de 2016, houve um aumento do número de prefeitas, em exercício, que passou de 30 para 38 mulheres e de vice-prefeitas de 46 para 51.
Novo Hamburgo é o segundo maior município comandado por uma mulher no RS. A prefeita Fátima Daudt administra políticas públicas para atender 247.303 habitantes. Ela relata que desde que entrou na política, em 2016, percebeu uma evolução lenta, porém constante, na participação feminina, com mais mulheres colocando seus nomes à disposição de suas comunidades para disputar eleições e buscar mudanças reais. Assim como nas prefeituras, cresce o número de mulheres que comandam secretarias e empresas públicas, sinal de que os tempos são outros. “Como prefeita, sei do meu papel de incentivadora e encorajadora de outras mulheres, seja pelas políticas públicas que implemento na minha cidade quanto pelo exemplo da minha conduta. Isso amplifica minha responsabilidade, mas também me motiva a trabalhar ainda mais”, afirmou.
Minas do Leão é o município que registrou o maior índice de aprovação entre candidatas mulheres no RS, tendo a prefeita Silvia Lasek conquistado 79% dos votos válidos. Para ela, que ostenta o título de primeira prefeita do município e de toda a região carbonífera, estar à frente de uma gestão pública como prefeita não é algo tão simples para a mulher, que precisa se preparar, profissionalizar e acreditar no seu potencial. “No meu município, em 31 anos de emancipação, tivemos apenas duas vereadoras. Isso demonstra um cenário de muita dificuldade em relação a nós mulheres que, infelizmente, estando em pleno século XXI, ainda precisamos um largo e longo caminho para superar a condição histórica e cultural que continua a nos imputar uma condição desigual, a nós mulheres de sermos do lar, cuidadoras, reprodutivas, e aos homens culturalmente de provedores. Aos poucos a gente vai adentrando nesse espaço que já foi única e exclusivamente masculino”, avaliou.
Nº DE PREFEITAS E VICE-PREFEITAS POR ELEIÇÃO
Infogram
Conforme ressalta a subsecretária de Direitos Humanos, Inclusão, Igualdade e Fraternidade da Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Márcia Scherer, no Brasil, se avaliarmos o acesso das mulheres à educação e ao mercado de trabalho, encontramos posições melhores em comparação ao espaço da mulher na política. Ela lembrou a importância da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW) que propõe ações afirmativas de promoção da equidade de gênero em um direito a ser perseguido e garantido pelo Estado brasileiro para romper a baixa participação das mulheres nos cargos de poder. "Uma das grandes funções em políticas públicas é promover as mulheres cada vez mais em espaços de poder", defendeu.
O déficit democrático atual, em que as mulheres são sub-representadas nos espaços de poder, decorre de um processo de exclusão histórica e a origem da baixa participação na política está na divisão sexual do trabalho, conforme estudo da CEPAL de 2006. De acordo com o cientista político Luis Felipe Miguel, a mulher enquanto responsável pelo trabalho não remunerado, pela reprodução e cuidados domésticos, ou vivencia o isolamento da vida doméstica, que retira delas a possibilidade de estabelecer a rede de contatos necessária para se lançar na carreira política, ou convive com o fenômeno da dupla jornada de trabalho, o que resulta em tempo reduzido para a ação política e inibe, entre as mulheres, o surgimento da vontade de participar.
Ao mesmo tempo, as pautas mais importantes a defender na esfera pública e política na atualidade pertencem à mulher. Com esse raciocínio, as cientistas políticas da Universidade Estocolmo Drude Dahlerup e Lenita Freidenvall propõe na obra Quotas as a ‘Fast Track’ to Equal Political Representation for Women - Why Scandinavia is no longer the model, quatro argumentos para a inserção da mulher na política. Uma das premissas é a questão de justiça e cidadania. Outro ponto é a experiência dos indivíduos que torna as diferenças biológicas e socialmente construídas uma necessidade de representação específica nas posições de poder. O fato da mulher representar um grupo de interesse que defende demandas específicas como a descriminalização do aborto e redes de assistência é outro argumento. Por fim, as mulheres são referência e servem de modelo para outras mulheres, modificando o caráter masculino que a política tradicionalmente possui.
PREFEITAS DO RS
- Gisele Caumo - Santa Tereza
- Vânia Brackmann - Poço Das Antas
- Marlí Lourdes Oppermann Weissheimer - São Vendelino
- Juliane Maria Bender - São José do Sul
- Loraci Klippel Melo Germann - Três Forquilhas
- Gisele Adriana Schneider - Maratá
- Jeanice de Freitas Fernandes - Camargo
- Neusa dos Santos Nickel - Quevedos
- Rita de Cassia Campos Pereira - Muitos Capões
- Cleonice Pasqualotto da Paixão Toledo - Campos Borges
- Teresinha Marczewski Zavaski - Alegria
- Flaviana Brandemburg Basso - Pejuçara
- Isabel Corete Joner Cornelius - São Pedro da Serra
- Márcia Raquel Rodrigues Presotto - Novo Barreiro
- Marcia Rossatto Fredi - Fortaleza dos Valos
- Adriane Bortolaso Schramm - Maçambará
- Ester Elisa Dill Koch - São José do Hortêncio
- Juliane Pensin Liberato Salzano
- Salete Desconzi - Itaara
- Mara Susana Schaumloeffel Stoffel - Santa Maria do Herval
- Carla Cristine Wittmann Chamorro - Morro Reuter
- Silvia Maria Lasek Nunes - Minas do Leão
- Sandra Marisa Roesch Backes - Sinimbu
- Lucila Maggi Morais Cunha - Bom Jesus
- Adriane Perin de Oliveira - Nonoai
- Ana Paula Mendes Machado De`Lolmo Cacequi
- Lilian Fontoura Depiere - Santo Augusto
- Márcia Rosane Tedesco de Oliveira - Balneário Pinhal
- Ziania Maria Bolzan - São Pedro Do Sul
- Fabiany Zogbi Roig - São José Do Norte
- Marilda Borges Corbelini - Soledade
- Sirlei Teresinha Bernardes da Silveira - Taquara
- Paula Rubin Facco Librelotto - Cruz Alta
- Ana Luiza Moura Tarouco - Santana do Livramento
- Carina Patrícia Nath Correa - Sapiranga
- Helena Hermany - Santa Cruz do Sul
- Fátima Cristina Caxinhas Daudt - Novo Hamburgo
- Paula Schild Mascarenhas - Pelotas
VICE-PREFEITAS DO RS
- Maria Colussi Lopes dos Santos - Ametista do Sul
- Ida Carmelha Garcia Machado - Arambaré
- Adriana Celestina Meneghini Lermen - Arroio do Meio
- Lourdes Irena Becker Schmidt - Barão
- Eliane Fátima Halabura Follador - Barão de Cotegipe
- Clarice Maria Schmitt - Boa Vista do Buricá
- Margarete Maria Kurmann Gosenheimer - São Vendelino
- Patricia Cristina Henz Schommer - Brochier
- Angela Schumacher Schuh - Cachoeira do Sul
- Janine Adriane Martini - Campina das Missões
- Marcieli dos Reis - Campo Novo
- Marizete Vargas Pereira Rauta - Capão Bonito do Sul
- Juliana D`Avila Martin - Capão da Canoa
- Sandra Mara Silva Cardoso - Capivari Do Sul
- Valéska Machado Da Silva Walber - Carazinho
- Beatriz Martin Bianco - Carlos Barbosa
- Lourdes Lucia Benvegnú Foppa - Casca
- Paula Cristina Ioris de Oliveira - Caxias Do Sul
- Elisangela Caetano Martinez - Chuí
- Regina Beatris Sulzbach - Colinas
- Lenita Zanovello Tomazi - Cotiporã
- Fabiana Giacomin - Dois Lajeados
- Marizanda Gripa Schio - Dona Francisca
- Claudia Pelegrino Jardim Pereira - Guaíba
- Rosuita Carla da Silveira - Herveiras
- Zuleica Joseli Savicki Wehner - Horizontina
- Janice Tatiane Baumbach - Humaitá
- Elenise Alves Cabral Pereira - Muitos Capões
- Jussara Marisa Torres Bobsin Dicksen - Itati
- Gláucia Schumacher - Lajeado
- Walderena Albers - Linha Nova
- Marta Aguiar dos Santos - Mampituba
- Elena Masiero - Maquiné
- Leoni Felicidade Carlos - Morrinhos do Sul
- Angelica Boettge dos Santos - Morro Redondo
- Sandra Helena Guglielmin Zottis - Nova Prata
- Celina Maria Fagundes da Rosa - Passo do Sobrado
- Marcia Beatriz Vedana -Rodeio Bonito
- Loiara Ramos dos Santos - Rolador
- Marivane Basanella Kuhn - Santa Bárbara do Sul
- Luana Freitas - Santana da Boa Vista
- Loreci Anastacia Finger Riewe - Santo Cristo
- Maria Madalena Attuati da Silva - São Martinho
- Imília de Souza - Sapucaia do Sul
- Aline Röhrig Kohl - Teutônia
- Arlete Hartwig - Turuçu
- Diulinda Ferreira Pires - Unistalda
- Izaura Bernadete Bergmann Landim - Venâncio Aires
- Luciane Brum Andreazza - Vila Nova do Sul
- Greice Daiane Wentz - Vitória das Missões
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