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Rio Grande do Sul registra nova espécie de morcego que se alimenta de sangue

A espécie encontrada se alimenta de sangue de aves silvestres e galinhas criadas soltas (chamadas crioulas, caipiras ou coloniais).



26/06/2020 18:17 por Elaine Pinto - Comunicação SEAPDR

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É o primeiro registro da espécie Diaemus youngi no Rio Grande do Sul - Foto: André Witt

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Divulgado pela imprensa neste mês de junho de 2020.

Técnicos da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) identificaram, pela primeira vez no Rio Grande do Sul, a presença de exemplares de Diaemus youngi, uma espécie de morcego hematófago, ou seja, que se alimenta de sangue. Três indivíduos da espécie foram capturados em janeiro de 2019 no município de Restinga Seca, sendo o primeiro registro no Estado. Até então, o Rio Grande do Sul havia documentado a presença de apenas uma espécie de morcego hematófago, o Desmodus rotundus. A mairia das especies se alimentam de baratas, mosquitos, cupins, entre outros — não de sangue.

A descoberta foi publicada no periódico científico Notas sobre Mamíferos Sudamericanos, da Sociedade Argentina para o Estudo de Mamíferos (Sarem). Após a publicação do artigo, novos espécimes de Diaemus youngi também foram encontrados na região das Missões.

Alerta aos criadores de galinhas

O coordenador do Programa de Controle da Raiva Herbívora da Seapdr, Wilson Hoffmeister, explica que a espécie encontrada se alimenta de sangue de aves silvestres e galinhas criadas soltas (chamadas crioulas, caipiras ou coloniais) e, portanto, não transmite raiva, como é o caso da espécie mais comum no Estado, Desmodus rotundus. “A Diaemus youngi pode transmitir doenças para aves, mas é difícil que consiga contaminar aves comerciais, criadas em galpão, porque esses espaços são telados justamente para evitar isso”, avalia.

Wilson frisa que não há nenhuma evidência científica de que a nova espécie propague a raiva herbívora. “É uma descoberta importante, mas não nos preocupa no combate à raiva. Descobrir essa espécie no Rio Grande do Sul pode, por exemplo, explicar a disseminação de doenças em aves que não tinham explicação lógica até o momento”, pondera.

Para evitar qualquer tipo de contágio, o analista ambiental André Witt faz uma recomendação a produtores de galinhas e angolistas. “O ideal é que elas sejam resguardadas no período noturno em galinheiro fechado com telas de diâmetro reduzido, tipo passarinheiras, com o objetivo de impedir o ataque por morcegos hematófagos”, detalha.

Atualmente, devido à grande importância do Desmodus rotundus no ciclo da raiva dos herbívoros e o risco à saúde humana, a legislação ambiental brasileira permite o controle das populações apenas para esta espécie. No Rio Grande do Sul, este controle é realizado por equipes especializadas da Secretaria da Agricultura.


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