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Nuvem de gafanhotos se reaproxima do RS

Os gafanhotos chegaram à Argentina a partir do Paraguai, em meados de maio. Hoje, há nuvens dos insetos nos dois países, atacando lavouras nas regiões.



21/07/2020 11:00 por Rádio Planalto

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Foto: Senasa/Divulgação

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Uma nuvem de gafanhotos voltou a se aproximar do Brasil e do Uruguai nos últimos dias e tem causado preocupação. Autoridades brasileiras consideram que a principal forma de combater o problema é por meio do despejo de agrotóxico em direção aos insetos. Especialistas, porém, avaliam que o método é extremamente prejudicial.

De acordo com o Serviço Nacional de Saúde e Qualidade Agroalimentar (Senasa, na sigla em espanhol), uma agência do governo argentino, a nuvem de gafanhotos atualmente está na província de Entre Ríos, na Argentina, nas proximidades com o Rio Grande do Sul e o Uruguai.

A alta temperatura do último fim de semana na região Sul do Brasil, segundo especialistas, favoreceu o deslocamento dos insetos. A estimativa é de que os gafanhotos, da espécie Schistocerca cancellata, estejam a cerca de 120 quilômetros do município gaúcho de Barra do Quaraí — uma das menores distâncias desde os primeiros alertas sobre o tema.

Os gafanhotos chegaram à Argentina a partir do Paraguai, em meados de maio. Hoje, há nuvens dos insetos nos dois países, atacando lavouras nas regiões.

Uma nuvem de gafanhotos pode destruir plantações. Eles se alimentam de qualquer material vegetal e podem comer o equivalente a algo entre 30% a 70% de seu peso, em algumas situações essa taxa pode subir para 100%.

No fim de junho, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento alertou sobre a nuvem de gafanhotos que avançava em direção ao Uruguai e ao Sul do Brasil.

Um mês depois, a pasta não descarta a possível chegada da nuvem de insetos ao Brasil. No entanto, diz que é mais provável que ela siga para o Uruguai.

“No momento, não há nada que faça entender que a nuvem vá entrar no Brasil. Estamos acompanhando essa questão diariamente. A nuvem segue a mesma direção que tinha antes e, provavelmente, vai chegar ao Uruguai”, afirma a coordenadora-geral de proteção de plantas da Secretaria de Administração Agropecuária, Graciane Castro.

No fim do mês passado, o Ministério da Agricultura declarou estado de emergência fitossanitária no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Estados que podem ser atingidos pelos insetos. Essa medida, que tem duração de um ano, permite a contratação de pessoal por tempo determinado e autoriza a importação temporariamente de defensivos agrícolas para combater os gafanhotos.

Segundo o governo do Rio Grande do Sul, o plano de combate aos insetos pode contar até, caso necessário, com cerca de 400 aviões para aplicar o agrotóxico contra a nuvem.

Para especialistas, o uso de agrotóxico é extremamente inadequado para enfrentar os gafanhotos. Eles afirmam que a medida pode causar sérios danos às pessoas e ao meio ambiente.

 

Nota do Ministério da Agricultura

O Ministério da Agricultura informou na noite desta segunda-feira (20) que a nuvem de gafanhotos que está na Argentina não está se deslocando em direção ao Brasil.

A nota do ministério veio após a Secretaria Estadual da Agricultura do Rio Grande do Sul (SEAPDR) informar, nesta segunda, que a nuvem se aproxima da fronteira brasileira. Segundo o órgão estadual, os insetos estão a 112 km da cidade de Barra do Quaraí, na Fronteira Oeste do estado.

Segundo a secretaria do RS, as temperaturas acima de 25ºC favorecem a aproximação dos gafanhotos. Porém, o ministério afirma que o clima "é um fator que não pode ser considerado de forma isolada".

"Até o momento, seguem mantidas as previsões de que os insetos continuarão se movimentando rumo ao sul, sem previsão de ocorrência de um conjunto de alterações climáticas que favoreça sua entrada no Brasil", afirma.

A nota do ministério diz ainda que, segundo o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa), a nuvem se deslocou da província de Corrientes para Entre Rios, na Argentina, e está a 100 km da fronteira com o Uruguai.

E que, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), os ventos na região se manterão na direção Norte -Sul nos próximos dias, indicando uma provável direção da nuvem ao Uruguai.

*Fonte: BBC News e Portal R7


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